Monday, June 23, 2008

E pronto já me fingi de culto ...

Aproveitei uma deslocação recente a Madrid para visitar o triângulo cultural de arte composto pelo Museu Rainha Sofia, o Museu do Prado e o Museu Thyssen-Bornemisza, além disso ia com o meu chefe e fica sempre bem parecermos cultos, e não avançar logo para as cañas.

Começo pelo fim surpreendeu-me o Rainha Sofia, desiludiu-me o Prado.

A minha classificação de arte baseia-se num princípio sagrado e comum aos grandes críticos, Onde penduraria na minha casa o quadro em questão?

Por ordem de importância (e de agrado) temos os quadros;

para a sala;
para o quarto (nitidamente a Maja Desnuda);
para o corredor;
para casa de banho
e em último lugar a Despensa (para afastar as formigas).

Munido, portanto, de um sistema de classificação universal e adoptado por uma qualquer norma, iniciei a visita pelo Museu Nacional Centro de Arte Moderna e Contemporânea Reina Sofia, tendo como principal objectivo ver uma exposição da Paula Rego.

Destaque: Picasso com uma sala dedicada a esse fabuloso Guernica;


Tive também o prazer de descobrir um Dali dedicado à minha humilde pessoa;


El Gran Masturbador (Salvador Dali, 1929)

E finalmente a Paula Rego, o que dizer da Paula Rego, no mínimo dificil, complicado, nalguns chocante, mas sempre descobrindo traços dum Portugal rural e pequeno para a sua arte.














Seguiu-se o Prado.

Estava cheio (e a um dia de semana à tarde), muitos turistas a falar alto e em grupos na frente dos principais quadros, não faltando os simpáticos japoneses a fotografar tudo que mexia (neste caso que não mexia).
Muitos quadros tipo feira do relógio, cenas religiosas, cruz, apóstolos, não faz propriamente o meu género (despensa com eles).

Quadros apresentando a realeza da época, duquesa feias, marquesas gordas, viscondes efeminados e príncipes marrecos.

Abro uma excepção a dois retratos apresentando princesas, rainhas portuguesas;

A imperatriz Dona Isabel de Portugal (rainha de Espanha, esposa de Carlos V e mãe de Filipe II)


E a rainha Santa Isabel, a do milagre das rosas (sim, não era portuguesa, era de Aragão)


Tive oportunidade de também dar uma vista de olhos no Playboy de outras épocas


Que me perdoe a brincadeira Francisco Goya com a sua fabulosa 'maja desnuda' (1797-1800)



Também de Goya a série de Pinturas Negras e que são um espanto (sem dúvida para expor na sala e em lugar de destaque)














Finalmente no último dia da presença em Madrid e já a fazer horas antes de ir para Barajas, chegou a vez do Museu Thyssen-Bornemisza.

Infelizmente, já cansado, não tive oportunidade de lhe dedicar a atenção merecida.

Mas ainda tive tempo de admirar o Leão de Alberto Durero (não sei porquê, faz-me lembrar, o simbolo sportinguista, leão, mas pouco, tipo fidalgo arruinado, a fingir uma bravura que esconde a sua degradação).



Também Wassily Kandinsky, principalmente da fase inicial da sua carreira.


Esta preferência vem de um filme com a Ashley Judd que utiliza obras de Kandinsky no decorrer do mesmo, tendo ficado fã da Ashley, perdão do Kandinsky.

Nitidamente a merecer uma visita mais cuidada em futuro próximo.

E pronto já me fingi de culto, posso voltar ao normal.

5 comments:

Platero said...

Carissimo Ninguém

essa "falta" de cultura é muito interessante! Especialmente no que diz respeito aos quadros reservados à despensa!

Gostei!

Um abraço

Andorinha said...

Amei! Tá aí algo que eu nunca fiz!
Vergonha das vergonhas, com a qtdd de vezes que já fui a Madrid...

Quando é que vens ver outra vez o Rais que o Parta museum e o Van Gogh que pegava de empurrão?
Também tenho o Tropenmuseum mesmo à porta de casa e mais uma porrada deles que dá pra te entreteres e dares mais umas de culto durante uma semana!

Andorinha said...

Já agora, o meu favorito é nitidamente o Guernica, e peco imensa desculpa ao Platero, mas eu tb mandava pra despensa os outros :))

Anonymous said...

Ddevia ter mais coisas

Anonymous said...

mas ate esta fixe